The Igreja São Sebastião / Church of São Sebastião was originally built in the 14th century, when the building served as a hermitage consecrated to Nossa Senhora da Conceição. It was transformed into a church and dedicated to São Sebastião in the 16th century. The late-Gothic portico and the locally sculpted motifs of the lateral doorway are particularly noteworthy. The interior is formed by three naves separated by Doric columns. The church houses an exquisite statue of Our Lady of Grace, donated by D. João V. There is a small Bones Chapel in an annexe.
Source: goodtimeslagos.com
Portuguese (from the official website):
O templo tutelar da segunda freguesia urbana de Lagos é o edifício religioso de maior impacto visual em toda a cidade. Implantado num dos locais mais elevados, domina cenograficamente o casario, relacionando-se ainda com o Mercado, factos que fazem deste imóvel um dos mais importantes de todo o núcleo antigo.
A primitiva construção deverá datar do século XIV, no âmbito do extraordinário crescimento da urbe nos séculos da Baixa Idade Média. Mais tarde, já na segunda metade do século XV, consta que o bispo D. João de Mello patrocinou a edificação de uma capela, que ficou, a partir de então, a servir de capela-mor à anterior igreja gótica, tendo esta, por sua vez, mudado de orago: de Nossa Senhora da Conceição para São Sebastião.
A construção que hoje podemos observar é substancialmente diferente da que a Idade Média aqui ergueu. Ela representa um dos mais interessantes e relevantes exemplos da arte quinhentista na província do Algarve. José Eduardo Horta Correia referiu-se ao seu portal lateral (o mais decorado) como um dos primeiros testemunhos do Renascimento algarvio, não apenas em decoração, mas também em proporção, o que revela um certo eruditismo e um perfeito conhecimento dos cânones clássicos, por parte do arquitecto. É, em todo o caso, uma obra onde ainda se podem detectar alguns sinais de transição artística, conforme este autor sustenta, ao referir as figuras das cantoneiras do portal, "tipologicamente renascentistas, mas executadas por mãos manuelinas" (CORREIA, 1987, p.31).
A profunda remodelação quinhentista deste espaço seguiu uma tipologia comum: três naves de cinco tramos, sem transepto, organizada internamente a partir de arcos de volta perfeita assentes em colunas de capitéis parcialmente jónicos. A intenção foi a de criar uma ampla igreja-salão, ainda que a cobertura tenha sido de madeira e exista uma ligeira diferença de altura entre a nave central e as laterais.
O arrastamento das obras, contudo, determinou uma relativa heterogeneidade estilística. No termo da campanha, a fachada principal foi já concluída sob o signo do Maneirismo, assim como grande parte do interior. O portal axial, por exemplo, é já bastante diferente do da entrada lateral Sul, apresentando uma decoração muito contida, limitada a um rigoroso geometrismo das formas, como as colunas caneladas que delimitam a estrutura, ou os capitéis jónicos. Ao contrário do que anos antes se havia feito no portal lateral, não existe, na entrada principal, qualquer escultura figurativa, sinal claro de um outro tempo artístico.
Infelizmente, a campanha maneirista do interior foi amplamente sacrificada nos séculos seguintes. Do retábulo-mor primitivo, executado por volta de 1570-1580, conhecem-se quatro tábuas, atribuíveis a um dos mais importantes pintores algarvios do século XVI: Álvaro Dias (SERRÃO, 1992, p.853)
Em 1755, a igreja de São Sebastião não escapou à destruição provocada pelo terramoto. Consta que algumas partes ruíram, em particular a torre sineira e, eventualmente, algum sector do telhado. O registo superior da fachada principal, bem como a barroca torre sineira, devem datar do período pós-terramoto, mas esta igreja necessita ainda de um rigoroso estudo monográfico que esclareça alguns dos pontos mais problemáticos, em especial uma eventual (e parcial) reforma oitocentista. Do projecto barroco fazia parte um retábulo, executado pelo entalhador Francisco Xavier, de que resta uma pequena parte, mas que revela bem a sua qualidade, não se integrando, por exemplo, em nenhuma das tipologias definidas por Francisco Lameira para a grande produção barroca algarvia (LAMEIRA, 2000, p.218).
Os grandes retábulos que hoje se conservam datam já do período neo-clássico e são obras maiores deste estilo no Algarve. O seu risco erudito, de corpo único e um só tramo, deve-se ao arquitecto Francisco Xavier Fabri, um nome marcante no século XIX algarvio, com actividade documentada um pouco por toda a província e na órbita do bispado.
PAF
Source:http://www.patrimoniocultural.gov.pt
Thanks to
torgut for additional photoes.